Um estudo recente do Centro para o Bem-Estar, Inclusão, Sustentabilidade e Igualdade de Oportunidades (WISE - sigla em inglês) da OCDE revela uma divisão profunda na forma como diferentes gerações e países interagem com as tecnologias emergentes
O Brasil surge como um dos líderes globais em várias dimensões digitais. Segundo o relatório juntamente com a Índia e a África do Sul, lidera o uso ativo de ferramentas de IA generativa, especialmente entre a população de 18 a 35 anos.
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| Brasil é o segundo que mais usa IA perdendo somente para a Índia. Foto: Reprodução/OCDE |
O país apresenta níveis particularmente elevados de participação em redes sociais, com as mulheres a demonstrarem um envolvimento superior ao dos homens. O uso de dispositivos ligados à internet (como smartwatches e aparelhos de monitoramento de saúde) é mais forte no Brasil, México e Índia, contrastando com níveis mais baixos em países como o Japão, França e Itália.
Apesar do entusiasmo tecnológico, o relatório levanta preocupações sérias sobre o bem-estar físico e mental devido ao tempo excessivo de tela. Cerca de 38% dos entrevistados passam mais de cinco horas por dia na frente de uma tela para fins recreativos. O Brasil ocupa o segundo lugar neste ranking, com 48% dos cidadãos a reportar este uso prolongado, sendo superado apenas pelo México (50%)
Especialistas recomendam limitar o uso recreativo a menos de três horas por dia para adultos, visando evitar o cansaço mental e o comportamento sedentário.
A percepção sobre o impacto da tecnologia também divide opiniões. Enquanto 39% de todos os inquiridos acreditam que as ferramentas digitais fortaleceram as suas relações, este sentimento é muito mais forte entre os jovens de 18 a 45 anos e em economias como a brasileira e a indiana.
Em contraste, os adultos com mais de 56 anos, especialmente na Europa e no Japão, mostram-se mais céticos e menos propensos a confiar na ética e utilidade da IA. Mais de 75% dos jovens com menos de 35 anos consideram a IA útil, enquanto a confiança diminui progressivamente com a idade.
O relatório indica ainda que a consciência sobre as mudanças no mercado de trabalho está a impulsionar a formação em IA. No último ano, 46% das pessoas entre os 26 e 35 anos realizaram formação relacionada com IA refletindo a crença de que esta tecnologia terá um impacto significativo nas suas carreiras. Mais de metade dos homens nesta faixa etária acredita que a IA transformará drasticamente o seu futuro profissional.
Fonte: www.oecd.org


