Pai não vacina filhas e se arrepende após a caçula entrar em coma

Caso no Reino Unido expõe risco de complicação rara da gripe e leva pai a pedir para não ignorarem as vacinas das crianças. Foto: Reprodução/GoFoundMe/via Metrópoles

O que começou como uma gripe comum transformou-se em uma tragédia familiar que serve de alerta para o mundo. Sienna Dunion, de apenas 4 anos, está internada em estado crítico em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 19 de novembro. O diagnóstico é de encefalite necrosante aguda (ENA), uma complicação rara e devastadora da gripe que deixou a criança com danos cerebrais permanentes.

Hoje, o pai de Sienna, Gary Dunion, de 41 anos, enfrenta não apenas a dor da incerteza médica, mas o peso da culpa. Ele admite ter optado por não vacinar a filha contra a gripe após ser influenciado por desinformação e teorias conspiratórias que circularam nas redes sociais durante a pandemia de Covid-19.

A rotina da família Dunion mudou abruptamente quando Sienna perdeu a consciência em casa. Antes do colapso, ela apresentava sintomas típicos de um resfriado: febre, indisposição e queixas de frio. O que os pais não sabiam é que o sistema imunológico da menina estava reagindo de forma exagerada ao vírus da gripe, atacando e deteriorando o tecido cerebral.

Além do comprometimento neurológico, a ENA causou um ataque severo ao sistema digestivo da criança. Sienna precisou passar por uma cirurgia de emergência para remover 60% de seu intestino após médicos detectarem um vazamento intestinal e níveis críticos de lactato no sangue.

No Reino Unido, a vacina contra a gripe é distribuída gratuitamente para crianças, mas Gary e a esposa, Angelina, decidiram não imunizar Sienna e a irmã mais velha, Adriana, de 7 anos.

"Não demos a ela a vacina acreditando em relatos negativos compartilhados em redes sociais", desabafou Gary em entrevista ao jornal The Sun. "A mensagem mais importante que quero passar aos pais é: vacinem seus filhos. Muitos acham que não será necessário ou têm medo, mas não devemos ter."

O prognóstico médico é reservado. Segundo os especialistas, a ENA é uma condição pouco compreendida e sem um protocolo de tratamento padronizado. Caso Sienna acorde, a família já foi informada de que ela enfrentará sequelas irreversíveis: não conseguirá andar, falar ou comer sozinha, exigindo cuidados neurológicos intensivos por tempo indeterminado.

A família lançou uma campanha de financiamento coletivo para arcar com os custos de reabilitação, estimados em 8 mil libras semanais (cerca de R$ 58 mil). Até o momento, não há previsão de alta para a pequena Sienna.

O que ENA?

É uma doença cerebral rara e extremamente grave que ocorre, geralmente, após uma infecção viral comum.

Diferente de uma encefalite comum, onde o vírus invade o cérebro, na ENA o dano não é causado diretamente pelo vírus, mas sim por uma reação descontrolada do próprio sistema imunológico.

A doença geralmente aparece poucos dias após o início de uma infecção viral, sendo os gatilhos mais comuns a gripe (Influenza A e B), a varicela é a Covid-19.

O corpo sofre o que os médicos chamam de "tempestade de citocinas". O sistema de defesa libera substâncias inflamatórias em excesso que acabam rompendo a barreira que protege o cérebro, causando hemorragia e morte do tecido cerebral (necrose).

Principais Sintomas

A progressão é muito rápida, muitas vezes ocorrendo em menos de 24 horas após os primeiros sinais de febre:

Convulsões repetitivas.

Alteração rápida do nível de consciência (sonolência excessiva que evolui para coma).

Vômitos e disfunção hepática.

Déficits neurológicos (perda de movimentos ou fala).

Fonte: www.metropoles.com

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