Após anos convivendo com um diagnóstico raro e sendo informada de que nunca conseguiria ter filhos, Rachel Austin, de 28 anos, vive o que chama de "milagre". A administradora médica sul-africana, que tem apenas metade do útero, está com 20 semanas de gravidez e espera um menino, desafiando todas as previsões médicas.
Aos 12 anos, Rachel foi diagnosticada com útero didelfo, uma condição congênita em que o útero se divide em dois. O quadro causou complicações graves, levando à remoção de metade do órgão em uma cirurgia de mais de seis horas, quando ela tinha 16 anos. Os médicos foram categóricos: era improvável que ela engravidasse, e mesmo que isso acontecesse, a gestação não duraria mais de três meses.
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Rachel, aos 16, teve que remover metade do seu útero. Foto: Reprodução/Mirror/via CRESCER |
Ao conhecer seu parceiro, Devon Neethling, de 30 anos, em agosto de 2024, Rachel o informou sobre seu histórico médico. Eles não estavam tentando engravidar, mas em abril deste ano, Rachel percebeu a ausência da menstruação e os enjoos matinais. Ao fazer um teste de farmácia, a surpresa: duas linhas, indicando positivo.
"Quando engravidamos, foi uma grande surpresa. Meu corpo já tinha passado por tanta coisa, nunca pensei que isso aconteceria", disse Rachel. "Eu sabia que havia riscos, mas decidimos deixar isso para lá. Quando vimos o primeiro ultrassom, nosso bebê estava se mexendo — me dei conta de que era real".
Gravidez de alto risco e monitoramento constante
O bebê, que está crescendo na metade restante do útero, tem sido monitorado de perto por uma equipe de especialistas. A gravidez é considerada de alto risco e os médicos preveem que Rachel terá que passar por uma cesárea entre 33 e 34 semanas, com o bebê possivelmente necessitando de cuidados na UTI Neonatal. A preocupação é que o útero possa se romper antes disso, colocando a vida de mãe e filho em risco.
Apesar dos desafios, Rachel se mantém otimista. "Este menininho é o meu mundo e eu preciso que ele fique bem. Ele é o nosso milagre. Com o meu corpo, tudo parece ser possível", afirma a futura mãe. A história de Rachel e seu "bebê milagroso" se tornou um símbolo de esperança, mostrando que, às vezes, a vida encontra seu próprio caminho, desafiando todas as probabilidades.