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Fachada da unidade de Miami. Foto: Reprodução/Redes sociais/via G1 |
Uma proposta pedagógica inovadora, e controversa, está ganhando espaço no cenário educacional dos Estados Unidos. A Alpha School, uma instituição que substitui professores por programas de inteligência artificial, expande suas operações com novas unidades previstas para abrir, inclusive em Nova York. A escola, com mensalidade anual de US$ 40 mil (aproximadamente R$ 217,3 mil), promete um ensino acelerado e personalizado.
Sem professores, com "guias" e muita tecnologia
Na Alpha School, o modelo tradicional de ensino é descartado. Não existem professores, e a divisão por série de acordo com a idade do aluno é substituída por um avanço baseado em desempenho individual. O aprendizado é conduzido por uma IA, que detecta o nível de conhecimento de cada estudante, oferecendo um currículo adaptado e acelerado.
O papel do professor é desempenhado por “guias de aprendizagem”, profissionais que não precisam de licenciatura, mas são selecionados por sua experiência em áreas como tecnologia e startups. Sua principal função é monitorar o progresso dos alunos por meio de relatórios gerados pela IA, além de oferecer suporte emocional e motivacional. Eles também organizam oficinas sobre "habilidades para a vida", como finanças pessoais e oratória.
Apenas duas horas de aulas tradicionais
A carga horária de disciplinas básicas como matemática e inglês é reduzida a apenas duas horas diárias, entre 9h e 11h. A escola defende que a IA otimiza o tempo de estudo, permitindo que os alunos dominem rapidamente os tópicos. O restante do dia é dedicado a atividades de socialização, projetos colaborativos e workshops práticos.
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Propaganda da escola reforça que aluno tem apenas duas horas de aula por dia, em vez de seis. Foto: Reprodução/Redes sociais/via G1 |
A escola justifica a carga horária reduzida e a intensa interação com telas afirmando que o modelo prioriza a interação social e atividades práticas, contrapondo-se à crítica do uso abusivo de telas. A motivação dos alunos é estimulada através de recompensas, com base em metas atingidas e desempenho individual.
Críticas e o alto custo do ensino
Atualmente com unidades no Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, a Alpha School gera debates entre especialistas em educação nos EUA. Os principais pontos de crítica incluem:
- Carga horária reduzida: A pouca atenção dada às disciplinas tradicionais.
- Formação dos "guias": A falta de exigência de licenciatura ou experiência em sala de aula para os profissionais.
- Dependência da tecnologia: O modelo suscita preocupações sobre a "robotização" dos alunos, que passam a ser estimulados por recompensas externas, e sobre a falta de desenvolvimento de habilidades sociais e pensamento crítico.
- Regulamentação: A legalidade do modelo já foi questionada, tendo sido barrada em estados como a Pensilvânia.
Para ingressar, o processo de admissão inclui uma taxa de US$ 100, um dia de vivência na escola e uma avaliação da equipe de admissões. Se aprovado, é necessário o pagamento de um depósito de US$ 1.000 para garantir a vaga.
Fonte: g1.globo.com