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Microfone pode ser ativado sem alerta visível. Foto: Ilustração/via Freepik/pikisuperstar |
Um experimento recente da NordVPN trouxe à tona uma preocupação crescente: smartphones podem, de fato, escutar conversas em segundo plano e, a partir delas, direcionar anúncios publicitários, mesmo sem buscas ativas no aparelho. A pesquisa, realizada em 2024, demonstrou que participantes que falavam certas palavras próximas aos seus celulares começavam a receber anúncios relacionados, sem qualquer interação direta com os aplicativos.
A metodologia do estudo foi simples e replicável, não exigindo alterações nas permissões padrão dos dispositivos. Embora a NordVPN afirme que o microfone dos smartphones não está sempre ativo, ele pode ser acionado por aplicativos com as permissões adequadas, especialmente aqueles que utilizam assistentes de voz. Mesmo que o processo de reconhecimento de comandos como "OK Google" ou "E aí, Siri" ocorra localmente, sem gravação contínua, o problema surge quando o usuário concedeu acesso ao microfone, muitas vezes sem perceber, permitindo que ele permaneça ativo em segundo plano, sem notificações visíveis.
Apesar de sistemas operacionais como iOS e Android oferecerem indicadores visuais para o uso do microfone, a pesquisa sugere que esse acesso pode ocorrer silenciosamente, dependendo das permissões concedidas previamente.
Aplicativos são os principais responsáveis pela escuta
A prática de escuta não está ligada ao modelo do celular, mas sim aos aplicativos instalados. O teste, conduzido em dispositivos Apple (iOS) e Samsung (Android), revelou que os iPhones geraram anúncios mais específicos, enquanto os Androids mostraram menos segmentação. Aplicativos populares como Facebook e Instagram, que dependem de dados para publicidade, tendem a ativar o microfone se autorizados, mesmo que o usuário não tenha plena ciência.
Legalidade da rscuta e o papel do consentimento do usuário
A escuta de conversas por aplicativos é considerada legal apenas com o consentimento do usuário, o que geralmente ocorre ao aceitar os termos e condições de uso. "Não há nada de ilegal nessa prática, desde que você tenha consentido que os dispositivos coletem seus dados pessoais nos Termos e Condições de um aplicativo", explica a NordVPN. No entanto, muitas pessoas aceitam esses termos sem ler ou compreender totalmente, concedendo acesso irrestrito a microfone, localização e outros dados sensíveis. Dados do Teste Nacional de Privacidade da NordVPN revelam que 37% dos brasileiros não leem os termos de serviço, aumentando significativamente o risco de exposição.
Como proteger sua privacidade e minimizar riscos
Para minimizar o risco de escuta não autorizada, a NordVPN recomenda algumas práticas essenciais:
- Baixe aplicativos apenas de lojas oficiais, como Google Play e App Store;
- Revise periodicamente as permissões concedidas a cada aplicativo;
- Exclua regularmente o histórico de voz de assistentes como Google ou Alexa;
- Utilize uma VPN confiável para proteger o tráfego de dados (ela criptografa a navegação, dificultando a criação de perfis publicitários, mesmo que o microfone colete informações);
- Mantenha o sistema operacional sempre atualizado;
- Ative ferramentas de segurança nativas, como a autenticação em dois fatores.
A empresa alerta que muitos usuários não percebem o quanto de sua privacidade é comprometida ao conceder permissões a aplicativos. Revisar frequentemente as permissões, limitar o uso de recursos sensíveis e adotar ferramentas de proteção digital são passos cruciais para proteger seus dados em um cenário digital cada vez mais interconectado.
Fonte: tecnologia.ig.com.br