Idosa critica governo chinês em TV estatal ao vivo e é interrompida

Moradora de Xangai falava de confinamento de dois meses imposto pelo governo na cidade, que flexibilizou nesta quarta parcialmente as restrições. Foto: Reprodução/via G1
No primeiro dia após o fim parcial das duras restrições que o governo chinês impôs a moradores de Xangai por dois meses, as imagens da mídia estatal chinesa mostravam pessoas ocupando de novo as ruas e felizes por voltarem ao trabalho e ao transporte público. As informações são do portal G1.

Uma idosa, no entanto, furou o bloqueio criado pelo governo às críticas feitas por conta do duro confinamento imposto aos moradores. E ao vivo.

Em uma entrevista a uma rede estatal chinesa, feita dentro de uma das linhas de metrô reabertas, a mulher foi perguntada como se sentia. Ao repórter, ela respondeu que o confinamento obrigatório, que manteve pessoas literalmente trancadas em casas e condomínios da cidade inteira, foi "uma grande piada".

"Desde que eu nasci, nunca sofri nada como isso, ser trancada em casa sem poder sair. Isso é uma grande piada", disse ela.

Antes de completar a frase, no entanto, a idosa teve o microfone retirado pelo repórter, e o cinegrafista passou a filmar o outro lado do metrô.

Críticas

O governo chinês vem recebendo duras críticas, internas e externas, pela sua chamada política de "Covid zero", na qual, diante da confirmação de poucos ou apenas um caso de pessoas com Covid-19, isola cidades e regiões inteiras, fecha o transporte público e cancela aulas e atividades.

A Organização Mundial da Saúde disse que a política é ineficiente.

Nos dois últimos meses, a China vem vivendo o pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia. Xangai, que é o epicentro do surto, impôs um confinamento obrigatório, impedindo moradores de saírem de suas casa e, em alguns casos, inclusive entrando em residências para monitorá-los.

Nesta quarta (1º), após o governo anunciar o fim parcial do confinamento e a reabertura das atividades na cidade, os moradores foram autorizados a retornar aos locais de trabalho, mas com a obrigatoriedade de passar por leitores de códigos QR para provar que não têm Covid. O metrô e os transportes públicos voltaram a funcionar.

Fonte: g1.globo.com

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