Igreja abre estacionamento à noite para prostitutas, na Inglaterra

Decisão da igreja recebeu apoio da comunidade, mas alguns membros locais não gostaram da ideia. Foto: Reprodução/Google Maps/via UOL
A Igreja de Todos os Santos do bairro de Kensington, em Liverpool, na Inglaterra, reconheceu que deixa seus portões abertos durante a noite com conhecimento de que seu estacionamento é usado para atividades sexuais por prostitutas, reporta o jornal britânico Liverpool Echo. Sediada em uma área conhecida pela atuação de profissionais do sexo, a ideia surgiu, segundo a congregação, "baseada nas crenças, valores e missão em ajudar as pessoas mais vulneráveis". As informações são do portal UOL notícias.

"A Igreja de Todos os Santos de Kensington acredita que todas pessoas são iguais diante de Deus e deseja ser um lugar de santuário para seus necessitados. Por muitos anos, a comunidade da igreja se envolveu com profissionais do sexo [...] para oferecer apoio, o amor de Deus e tentar mostrar um caminho alternativo na vida", disse um porta-voz da igreja à publicação.

Além de oferecer comida e apoio emocional para a população, a igreja também trabalha com entidades como o serviço Armistead, voltado para apoiar a população LGBTQIA+ e seus familiares, além de profissionais do sexo; e também a Addaction, uma instituição de caridade britânica.

"Vimos muitas mulheres passarem do trabalho sexual para a reabilitação nos últimos anos", afirma, em comunicado, a administração da igreja. Para a instituição religiosa, o processo de construção de confiança leva tempo e parte disso inclui "oferecer lugares seguros e sem julgamentos". "Pensamos com cuidado e oração sobre os benefícios e riscos de manter nossos portões abertos", completa.

Alguns membros da igreja e do bairro se mostraram descontentes, e até ofendidos, com a iniciativa. Segundo a igreja, o diálogo estará aberto para que eles exponham as preocupações. "Nós sempre nos lembramos que as mulheres envolvidas [nessas atividades] são seres humanos e reconhecemos que, muitas vezes, são muito mais que profissionais do sexo: [são] mães, irmãs e amigas lidando com uma parte específica de suas vidas, [e] não devem ser julgadas por essa atividade", conclui o porta-voz ao Echo.

Em comentários no Facebook, a notícia da iniciativa da igreja recebeu elogios por apoiar mulheres muito vulneráveis e também críticas — que, na maior parte, afirmam que o problema seria piorado. Entre os internautas que opinaram, Paula Newnes resumiu a ação com a frase "a igreja não precisaria fazer isso se houvesse lugares seguros para essas garotas irem".

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